Após Ridley Scott dirigir Alien – O Oitavo Passageiro, verdadeiro
clássico sci-fi/suspense/terror, James Cameron empobrecer conceitos na
sequência Aliens – O Resgate, David
Ficher “quebrar tudo”, inclusive negando claramente algumas ideias de seu
antecessor, na terceira parte, Alien 3,
ao diretor francês Jean-Pierre Jeunet coube continuar a série já desgastada por
esse itinerário instável. Alien – A
Ressurreição pouco lembra os célebres trabalhos que fizeram Jeunet badalado,
está mais para encomenda duramente supervisionada, mesmo que guarde lá seus
encantos.
O roteiro de Joss Whedon
centra-se na engenharia genética. A Ellen Ripley vista é um clone, revivida 200
anos depois da heroica tentativa de extinguir os alienígenas - óbvia facilidade
para tornar possível o seguimento duma franquia tão lucrativa. A ciência, servente de beligerante propósito,
não percebe limites e resgata, então, a última hospedeira, ela própria
constituída de DNA humano/extraterrestre. Alien –
A Ressurreição é contemporâneo da ovelha Dolly, feito na efervescência de toda
polêmica inicial acerca da clonagem. Certamente não é acaso o filme abordar, à
guisa da realidade, matéria tão específica. Estúdios não dormem no ponto.
Alien – A Ressurreição é hesitante entre pertinentes discussões e a
“necessidade” de oferecer ação frenética. Exemplos de subaproveitamento, os
mercenários tripulantes da nave Betty, surgem apenas quão presas a serem
abatidas sequencialmente, sem muito efeito dramático para além da pura
coadjuvância. Mas daí, em meio à correria, surge algo verdadeiramente relevante.
A dolorosa contemplação das tentativas que precederam o êxito na clonagem de
Ripley é, sem dúvida, justa ao talento de um diretor como Jean-Pierre Jeunet,
naquele instante, suponha-se, menos acossado por cobranças e cabrestos.
Há quem sentencie Alien – A Ressurreição como o pior dos
filmes da quadrilogia (até aí questão de preferência), mas seria atestado de miopia
taxá-lo “fracasso total”. Ainda que um tanto superficial, praticamente
ignorando a mitologia erigida por Alien –
O Oitavo Passageiro, o filme de Jeunet abre portas e passa ao largo da
mediocridade. Numa realização visivelmente controlada por produtores tão
gananciosos quanto os cientistas retratados, dos males os menores.
Publicado originalmente no Papo de Cinema
Olá, Celito!
ResponderExcluirNão vi filme algum dessa série que tem como protagonista/antagonista um extraterrestre, mas, devo confessar, tenho sim curiosidade. Uma hora dessas visitarei sua coleção e, então, conclusões certamente brotarão a partir daí.
Abraçosss
Nossa! Sua resenha me basta!rs Nao tenho grandes vontades, mas agora piorou!!
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