Charlie é um calouro do ensino
médio que a princípio não vê vantagem alguma em ser invisível à maioria.
Discriminado como novato, ele nem pode sentar à mesa com a irmã veterana no
intervalo das aulas. Afora esse sistema escolar idiota, teimoso em tornar ainda
mais sofrida a já tão complexa entrada na adolescência, o garoto precisa lidar
com traumas passados. Apenas ao conhecer os meios-irmãos Patrick e Sam, Charlie
passará a compreender, dentro de seu próprio itinerário de amadurecimento, que
não há por que lamentar a exclusão de grupos cuja filosofia é justamente
excluir.
Muito já se falou da puberdade,
afinal é rito de passagem global da infância à maioridade, onde ora somos
crianças amedrontadas e ora exigidos como adultos. Nesse tocante, As Vantagens de Ser Invisível se destaca
no cenário das produções recentes sobre o tema, pois mesmo repleto de poética,
tanto visual quanto sonora, em nenhum momento desenraizar-se da realidade, de
situações e pessoas críveis para além de alusões ou metáforas. Sem dúvida, méritos
do trabalho diretivo de Stephen Chbosky (ainda autor do livro original e roteirista).
As Vantagens de Ser Invisível aborda crescimento, descoberta,
anseios, perda, afirmação, dúvida, deslocamento, amizades, entre tantos
assuntos intrínsecos à adolescência e, por isso mesmo, caros a nós que “sobrevivemos”
ao período. Óbvio, mesmo os deslocados acabam formando alianças, suprindo assim
a necessidade de pertencimento, mas Charlie entende, ao abraçar o amor, a
compreensão alheia e a valorização de sua individualidade, que as vantagens de
ser invisível aos olhos da multidão são fugir do senso comum e, mesmo a duras
penas, evoluir. Quem de nós nunca almejou sentir-se heroico, maior ou quiçá infinito?
Obs.: Láureas especiais à trilha
sonora (excelente), e a Ezra Miller, destacado intérprete num todo
bastante coeso de ótimas atuações.
Quero MUITO ver Marcelo!! E a trilha hein?? Mais curiosa que antes, agora..depois do seu texto entusiasmado!! beijos
ResponderExcluirCarol,
ResponderExcluirAlgo me diz que você vai gostar muito. Havia muito tempo um filme sobre adolescência não me parecia tão honesto e bonito.
Aguardo suas impressões.
beijos
Celo!
ResponderExcluirCertamente o tema é recorrente e, no mesmo grau, perigoso, o que torna a jornada bem mais pedregosa. Todavia, quando o autor consegue acertar a mão, potencializa a surpresa, bem como o prazer de quem, talvez, pouco (ou quase nada) esperava.
Abraços