Para mim, foi difícil assistir O Mesmo Amor, a Mesma Chuva sem compará-lo
com os outros filmes de Juan José Campanella. O humor inteligente e a
sensibilidade do diretor já estão ali. Contudo, o desenvolvimento narrativo e a
própria atuação de Ricardo Darín deixam a desejar. Falta algo, sobretudo para
que o filme revele uma consistência maior.
Ponto alto para a química da
dupla Ricardo Darín e Soledad Villamil. Os dois combinam, até quando não estão interpretando
melhores e mais inesquecíveis papéis, como em O Segredo dos Seus Olhos, no qual reeditaram a parceria. Curioso e
engraçado ver Darín bem mais novo e canastrão.
Eu esperava mais de O Mesmo Amor, a Mesma Chuva, talvez por
isso tenha me desapontado um pouco com o filme e seus atributos fantasiosos, que
me pareceram desnecessários e vazios. Há uma tentativa não tão bem-sucedida de adicionar
humor ao romantismo. Ao longo dos anos, Campanella se aperfeiçoou e muito na
arte de seu cinema, hoje impecável.
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Filme de amores. Um homem conhece
uma mulher, daquelas que chacoalha a vida. Nada parece fazer frente às sensações
que surgem. Contudo, mais adiante há complicações. Dizem ser o mau da
convivência, que carcome emoções e trata de enferrujar alegrias. Ricardo Darín
interpreta esse cronista meio frustrado que não suporta o peso da felicidade
pessoal e põe tudo a perder com a mulher por quem se achava perdidamente
apaixonado. O Mesmo Amor, a Mesma Chuva
é um drama romântico, com todas as voltas e reviravoltas, mas, ainda bem, não
só isso. O diretor Juan José Campanella captura o entorno, as mudanças
político-sociais na Argentina, propondo aos personagens uma realidade difícil, contudo
conservando certa ternura.
Em O Mesmo Amor, a Mesma Chuva, o idealismo se confronta a todo o
momento com um sistema que exige adequação em troca de sobrevivência. Escrever
o que o público espera, dar aquele passo aguardado como o mais sensato, fazer
concessões, deixar-se empedrar um pouco a cada dia, tudo à custa do que
realmente queremos, de nossos anseios alimentados por boas e inconsequentes
doses de utopia, é claro. Ricardo Darín explicita em seu semblante a mudança, o
amadurecimento do personagem que passa por poucas e boas até descobrir que
nada, nem mesmo a infelicidade, dura para sempre. Diferentemente de boa parte
dos filmes românticos, neste há espaço para sentimentos, ações e reações
genuínos, além de doses de esperança que realçam um otimismo bravo e
resistente.
Cinema a dois com Ricardo Darin, muito bom!!! Dedicado à amiga Dorinha =)
ResponderExcluirObrigada Marcelo!!!! bjs
Muito bom, mesmo, Carol.
ExcluirMais uma vez, valeu pela parceria.
E que venham os próximos.
Beijos
Há tempos os hermanos, mesmo sem muito poder econômico, nos mostram como fazer cinema de qualidade. Capacidade nós temos (e muita). O que nos falta, então?
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