UMA NOVA ESPERANÇA, primeiro
filme da saga Star Wars, ainda que seja seu quarto capítulo, cronologicamente
falando, estabelece todo um mundo novo (ou vários), valendo-se de personagens
carismáticos e situações referentes a um passado que veríamos efetivamente na
tela apenas nos anos 2000. Muito embora enquanto aventura seja desenvolvida a
contento e possua uma mitologia bem construída, a realização de George Lucas
peca pela fragilidade do roteiro que restringe as possibilidades de um maior
envolvimento do espectador com o filme. Assim que conhece Luke Skywalker,
Obi-Wan denuncia ser um Jedi exilado, e também conta boa parte do passado do
garoto, inclusive que seu pai também era um guerreiro usuário da Força. Essa exposição
acelerada de acontecimentos é uma constante durante todo o longa, algo que
incomoda, claro, caso o espectador esteja em busca de algo a mais – sobretudo
no que diz respeito à relação dos personagens, entre si e com a situação
política que a galáxia vive – além de mocinhos contra vilões em batalhas que
cortam a tela com lasers e outros artefatos bélicos futuristas. Mesmo Darth
Vader não aparece em todo seu esplendor vilanesco nesta obra superestimada,
que iniciou um verdadeiro culto persistente até hoje.
O IMPÉRIO CONTRA ATACA é o filme
responsável por consolidar Darth Vader como um dos vilões mais marcantes do
cinema. Ele começa caçando os gêmeos Skywalker no planeta gelado em que eles
montaram uma base de resistência. Não é apenas supremacia política que está em
jogo, mas a milenar luta entre os Sith e os Jedi, já que o Imperador Palpatine
teme as habilidades de Luke, preferindo achar meios para aproximá-lo do lado
negro da Força. Um dos grandes méritos do longa-metragem é balancear muito bem
as várias dimensões dessa disputa, com isso não relegando os coadjuvantes à
mera função de escora dos personagens principais, aliás, pelo contrário. Han
Solo, por exemplo, ganha vários instantes de protagonismo. Muitos eventos
essenciais à série acontecem neste filme. Luke encontra Yoda e passa a ter
treinamento Jedi. Solo é congelado em carbonite. Luke enfrenta Vader numa luta de vida e
morte, na qual o Sith revela ser o pai do futuro Jedi. O diretor Irvin Kershner
dá ares mais trágicos à série, consolidando a mitologia Star Wars, superando de
longe seu antecessor.
O RETORNO DE JEDI encerra com a
mesma competência do episódio anterior a trilogia clássica de Star Wars. O
roteiro dá conta de tornar ainda mais dramática, e definitiva, a luta entre Luke
e Darth Vader. Enquanto isso, são cada vez mais valorizados os personagens que quase não podem
ser chamados de secundários, dada sua importância. Os rebeldes precisam
destruir a segunda Estrela da Morte, mas, claro, não será uma missão fácil,
primeiro, porque o Imperador em pessoa está cuidando da mesma, e segundo, pois
Vader intui que seu filho está diretamente envolvido na ação e, portanto,
também se cerca de cuidados. Luke aparece já praticamente como um Jedi, exibindo certa sapiência que o faz, inclusive, não se deixar seduzir pelo lado negro da Força.
Pai e filho brigam para ficar próximos, seja em qual lado for. No fim das
contas, o bem prevalece, com direito a um breve momento em que Anakin,
renegando a máscara e expondo sua humanidade decrépita, ressurge para sepultar
de vez (será?) o grande vilão. O clima de final feliz toma
conta da saga, com direito a festa no planeta dos Ewok, criaturas de grande
valia para a vitória que possibilitou a restauração da República (até quando?).
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