Pela proximidade do Dia dos
Pais, a ser celebrado no próximo domingo, resolvi criar uma lista com dez
filmes que, de alguma forma, falam sobre a relação entre filhos e suas figuras paternas. Aproveitem, comente, façam suas próprias listas,
pois o mote já alimentou incontáveis (e interessantes) abordagens cinematográficas.
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O SELVAGEM DA MOTOCICLETA (Francis Ford Coppola, 1983)
A interação entre o líder de
uma pequena gangue, seu irmão mais velho e, sobretudo, o pai alcoólatra, em
decadente cidade industrial americana, dá a dinâmica desse belíssimo filme que
denuncia a miséria legada de pais para filhos e uma pátria-mãe ausente.
RAN (Akira Kurosawa, 1985)
Clássico absoluto, Ran,
baseado em Rei Lear de Shakespeare, funda-se sobre o movimento gerado quando
Hidetora, patriarca do clã Ichimonji, aos 70 anos, decide partir o reino entre
os três herdeiros: Taro, Jiro e Saburo. Uma aula de cinema.
LAVOURA ARCAICA (Luiz Fernando Carvalho, 2001)
Baseado no romance de Raduan
Nassar, essa pérola do cinema brasileiro narra a história de André, rebelado
contra as tradições agrárias e patriarcais. O pai, interpretado por Raul
Cortez, é um dos mais emblemáticos do nosso cinema.
CENTRAL DO BRASIL (Walter Salles, 1998)
O pai em Central do Brasil é
o alvo da procura do menino Josué, por sua vez, ajudado pela amargurada Dora
quando da morte de sua mãe. Mesmo não tangível, essa figura paterna (assim como
a busca por ela) é o centro do laureado filme de Walter Salles.
GUERRA DOS MUNDOS (Steven Spielberg, 2005)
O verdadeiro mote da ficção
científica de Spielberg é a interação, por vezes difícil, entre pais e filhos, em
específico a do protagonista, que não consegue relacionar-se sadiamente com
seus descendentes, pois emocionalmente distante deles.
O PODEROSO CHEFÃO (Francis Ford Coppola, 1972)
Uma das maiores, senão a
maior, figuras paternas do cinema é, sem dúvida, Don Corleone, o chefe da
organização criminosa guiada tal uma família. Sua dinâmica com os filhos é um
dos (muitos) atrativos de O Poderoso Chefão. De cortar o coração a cena em
que o Don vê o corpo do filho recém-morto.
O PAI DA NOIVA (Vincente Minnelli, 1950)
Esqueça a bobagem estrelada
por Steve Martin, baseada na deliciosa comédia dirigida por Vincente Minelli
nos anos 1950. O périplo (financeiro e psicológico) percorrido pelo pai da bela
Elizabeth Taylor, desde o momento em que recebe a notícia do casamento de sua
menina, até a consumação do mesmo, é conduzido com a elegância própria às
grandes obras, essa infelizmente inexistente na refilmagem.
INDIANA JONES E A
ÚLTIMA CRUZADA (Steven Spielberg, 1989)
Muito da força dessa aventura
oitentista advém da interação entre o arqueólogo e seu pai, até então
desconhecido pelos espectadores da série. Harrison Ford e Sean Connery esbanjam
“química” em cena, e abrilhantam com seus desempenhos os igualmente inspirados
roteiro e direção.
A ÁRVORE DA VIDA (Terrence
Malick, 2011)
Recente polarizador de
opiniões, o filme de Terence Malick fala sobre a origem e (possíveis)
significados da vida, para isso
observando de perto uma família estadunidense, sobretudo a influência do
pai autocrático sobre os filhos. Um filmaço, parte do micro para explorar o
macro.
PROCURANDO NEMO (Andrew
Stanton, 2003)
A bonita animação da Pixar traz a busca desenfreada do
pai, um peixe-palhaço, pelo filho que desapareceu na imensidão do oceano. Um
dos momentos mais iluminados da turma de John Lasseter, Procurando Nemo é
terno na observação do amor paterno.
Publicada originalmente no Portal TERRA
Publicada originalmente no Portal TERRA
Amei sua lista Marcelo!! "Nemo" e "Lavoura Arcaica",em especial esses dois já bastam,embora a lista esteja impecável :)
ResponderExcluirAh, Celo! Só por "Lavoura Arcaica" já estou 100% de acordo com a tua lista. hahaha Ótimas lembranças e algumas indicações para mim, que não vi todos os filmes.
ResponderExcluirAbraços, Celo!
Celo!
ResponderExcluirListas são assim, nos enganam. Sabe-se lá depois de quanto tempo, conseguimos finalmente elaborá-las. Mas depois, quando jã fechada, sempre nos vêm aquela obra inesquecível.
Abraçosss