Em Sonhos de um Sedutor, dirigido por Herbert Ross nos idos de 1972, o
personagem de Woody Allen, fã incondicional de Casablanca, colhe conselhos amorosos numa projeção de Humphrey
Bogart. Bogie é verdadeiro símbolo da geração crescida ao som de As Time Goes By. Quarenta anos depois, o
próprio cineasta nova-iorquino personifica o ideal de outrem, ou seja, surge
como farol. No filme Paris-Manhattan, de
Sophie Lellouche, Alice é a bonita farmacêutica que tateia o amor sob os ditames
de seu ídolo Woody Allen. A arte se infiltra na vida e vice-versa.
Filme delicioso, Paris-Manhattan tem em sua própria
estrutura algumas homenagens ao cinema do diretor de A Rosa Púrpura do Cairo (onde, aliás, também existe a interferência
da ficção). A maior delas diz respeito aos dois principais homens que cortejam
Alice: um é charmoso e apreciador de artes; o outro é um simples técnico de
alarmes que parece muito mais conectado com a “verdade das coisas”. Quem
conhece as obras de Allen sabe de sua ojeriza por tipos pedantes e/ou
pseudo-intelectuais, e, com base nisso, já se pode imaginar para que lado penderá
nossa simpatia no filme de Lellouche.
Construir e desconstruir ideais
na constante busca por felicidade é um dos caminhos apontados por Paris-Manhattan, comédia romântica que
se deixa ver bem, justamente pela sinceridade com a qual apresenta personagens
e situações. Obra apropriada, sobretudo, aos enamorados e fãs de Woody Allen.
Se os dois, melhor ainda.
Celo!
ResponderExcluirAnotarei aqui para ver com a Gringa.
Deve realmente ser delicioso.
Abraços
(pra variar) muito bom ler seus textos, pois eles quase sempre expressam o que nós leitores gostaríamos de dizer..
ResponderExcluirbeijos
Rafa: assista sim, acho que tu e a Isa irão adorar.
ResponderExcluirCarol: obrigado, foi muito bom poder assistir contigo esse. :)
beijos