domingo, 14 de novembro de 2010

Guerra dos Mundos - A Invasão sonora



Olá, caro amigo-leitor!

Depois de longo hiato sem comparecer de forma efetiva no blog, postando algo, mesmo com valor pequeno, aqui estou, não em carne e osso, como geralmente são as aparições naturais, as que tem sua origem no mundo em que vivemos, mas em ideias e reflexões que envolvem um assunto, ou melhor, uma realidade tão comum na contemporaneidade: a democracia sonora, a qual explode em expressão na onda de celulares com MP3.

Não é de hoje, contudo de pouco tempo passado, que os aparelhos celular têm na comunicação falada sua atratividade menos explorada, quando jogos, interatividade, câmeras fotográficas cada vez mais potentes e, por aí vai, usam da publicidade e de outros meios de divulgação no objetivo de gerar venda e lucro aos envolvidos. Tudo bem, não serei hipócrita e nem dissimulado, um aparelho que permita mais de uma função além da que intrinsecamente proporcionaria é louvável, porém quando o foco se estabelece no periférico, motiva justa reflexão.
Bom, talvez o que mais agrida minha individualidade, acredito que a de outros tantos semelhantes à pessoa que vos fala, é o MP3 sem fone, utilizado arbitrariamente como caixa de som. Diferente da atividade sonora ambiente, que, geralmente, condiz com a concepção do lugar onde escolhemos estar. Não, é uma salada de frutas sem o mínimo de coerência, indo de pagode, funk à música pop internacional mais rápido do que uma Ferrari em uma reta nula de obstáculos faria. O que essas pessoas possuem contra o fone?

A música é extremamente banalizada, sendo que na condição de arte, teria de atender uma necessidade individual ou coletiva, não simplesmente invadir nosso aparelho auditivo, a solicitação de licença inexistente. O ônibus é, indubitavelmente, o pior local, pois não há flexibilidade de escolha, onde nosso caminho vai de “A” à “C”, o que nos resta é engolir ou tentar ao menos distração, talvez utilizando ironicamente fones de ouvido, numa espécie de protesto calado, em relação ao indivíduo que nos acompanha até “B”. Quando este ponto chega, ai que alívio. Mas, logo outro ser disposto à invasão surgirá. Aguarde e verá. Ops, aguarde e ouvirá, mesmo sem o querer, no melhor estilo Alexandre, O Grande.

Até mais.

5 comentários:

  1. Oi Rafa!

    Muito legal seu texto e confesso que sinto um certo alívio por saber que outras pessoas também se sentem incomodadas com esse avanço(tecnológico) absurdo que mal conseguimos acompanhar e que somos obrigados a conviver.
    Também sou adepta dos fones e da privacidade.
    Acho também que a música acaba sendo secundária já que o mais valorizado são esses veículos sonoros que de tempo em tempo se modernizam e os que ficaram pra trás são praticamente extintos, nos dando a sensação de que estamos constantemente em defasagem com "a sensação do momento".

    beijos

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  2. Por algum motivo não consigo algumas vezes que meu nome saia nas postagens que faço.
    Só pra frisar que eu escrevi a recente feita acima.

    Carol

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  3. Oportuno apontamento Rafa. Inclusive, conversávamos sobre isto na quinta-feira, quando eu voltava da academia e você do trabalho. Não tem coisa mais chata mesmo, do que quando aquele(a) mala que acabou de comprar o celular, ou que está louco para se exibir com ele, no intuito de parecer mais "legal" por possuir o aparelho da hora, coloca a pior música possível para o momento, no volume mais insuportável, dilatando a fórceps o espaço pessoal onde faz o que bem entende. É um misto de falta de educação, com o exibicionismo de quem se julga melhor que os outros pelo viés do "ter". Campanha: bote os fones, ou desligue esta coisa que perturba, ainda mais por evidenciar a falta de educação que, infelizmente, é regra nos nefastos e apocalípticos dias atuais.

    Abraços. Belo texto.

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  4. Olá Rafa!

    Ótimo te encontrar por aqui.
    O que considero mais engraçado é que quanto mais alto é o som, pior é a qualidade musical que o indivíduo compartilha com aqueles que estão ao seu redor. Lei de Murphy? Isso vale para os carros de vidros abaixados e barulhos excessivos. Quando a quantidade de caixas de som em um veículo se tornou parâmetro para a qualidade e capacidade do indivíduo que o dirige?

    Parabéns pela postagem, Rafa.
    Graaaaande abraço!

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  5. Oi Rafa!

    Depois de um bom tempo, li sua postagem e realmente, tem coisa pior do que essa invasão? Como se já não bastasse a poluição sonora que somos obrigados a conviver nesta nossa era dos barulhos.
    Silêncio? Bom, complicado encontrar as vezes. Mas acredito que mesmo inconscientemente é o que todos procuramos ao pensar em descanso.
    Parabéns pelo texto, muito bem escrito.

    Beijos! ^^

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