sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Algo sobre O Legado Bourne


Taxar O Legado Bourne de ruim seria exagero, pois o filme guarda uma que outra virtude expressiva, ainda mais se comparado ao cardápio semanal do nosso combalido circuito. O problema é que esquadrinhado enquanto sequência da trilogia de sucesso edificada por Doug Liman, mas, sobretudo, por Paul Greengrass e Matt Damon, ele perde pontos, pois muito aquém dos que o precederam. 

As inúmeras agências e projetos por trás de sujeitos como Jason Bourne entram em polvorosa quando suas atividades sofrem ameaça de tornarem-se públicas. O que um bom líder faz? Mata todo mundo com potencial para vazar informações, sejam cobaias ou cientistas, ambos “arquivos vivos”. Mas algo não dá certo, determinado agente escapa, levando consigo uma dessas doutoras “sabe tudo de manipulação genética”. 

Jeremy Renner até que se sai bem, tem aquele semblante pétreo e boa presença em cena. Seu personagem, porém, fica a anos luz de Jason Bourne, não por causa de uma suposta diferença de talento entre intérpretes, mas sim pela maneira como é construído. Bourne é misterioso e letal, já Aaron (defendido por Renner) é incomodamente instável (talvez pelo vício), ainda que também uma máquina de matar e safar-se. 

O envolvimento do soldado com a personagem de Rachel Weisz é pra lá de estranho, pois quase nunca tenciona a entrar na seara da atração e, mesmo assim, eles (produtores, diretor, enfim) querem que engulamos na boa o encerramento, bem parecido com alguns dos filmes 007, diga-se de passagem. As cenas de ação são “ok”, nada mais que isso.

Entre mortos e feridos, o problema maior de O Legado Bourne, parece-me, é sequenciar três filmes excelentes, porém sem a vitalidade que fez de Jason Bourne modelo até para o tradicional James Bond. Acaba como bom exemplar de conspiração perdido em engendramentos que poucas vezes atingem profundidade.

Um comentário:

  1. Celo!
    Há um certo tempo, tentei assistir à Trilogia, mas desisti e não segui em frente.
    Através de seu relato, pude constatar que, como em outros tantos casos semelhantes de continuações, a comparação nem sempre é sadia à obra mais recente.

    Abraçosss

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