terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato


Oitavo filme da carreira cinematográfica de Star Trek, Jornada nas Estrelas – Primeiro Contato começa no século XXIV quando a Federação é atacada pelos Borgs, raça sintético-orgânica que assimila prisioneiros para evoluir. O capitão da Enterprise-E,  Jean-Luc Picard (Patrick Stewart), desrespeita ordem direta de isentar-se dos esforços defensivos e, com isso, acaba num vórtex temporal direto ao passado, justo no dia anterior ao primeiro contato entre humanos e aliens. Os Borgs (também levados à data icônica) pretendem alterar a história para acabar com a união entre os povos, e cabe aos esforços da tripulação mais famosa da ficção científica pop, por assim dizer, a frustração de tais planos.

Jornada nas Estrelas – Primeiro Contato se desenrola em três núcleos interligados e tratados quase de maneira episódica pelo roteiro. Enquanto Picard trava batalha pessoal contra a invasão e seu primeiro comandante auxilia Zefram Cochrane (James Cromwell), humano inventor da velocidade dobra (mais rápida que a da luz) a efetuar um vôo histórico, o cyborg Data experimenta trip existencial nas mãos da liderança inimiga. O filme não tem muitas complicações ou excessos de criptografia, bom para os leigos. Claro, esses menos familiarizados com a criação de Gene Roddenberry podem sentir falta de Spock e Cia, ainda mais por que a equipe da Enterprise-E não tem a mesma empatia dos comandados por Kirk.

Dirigido por Jonathan Frakes, Jornada nas Estrelas – Primeiro Contato é um filme quadrado, refém da trama, sem grandes atrativos puramente cinematográficos. É muito mais impulsionado pela palavra (o dito), ressentido da falta de inventividade na construção de imagens, sons e outros elementos que ditam a produção de sentidos. Contudo, o longa entretém, explora acontecimento importante dentro da mitologia trekker de maneira acessível e com pitadas de profundidade. Nada cabeçudo. Bom lembrar: estamos com os dois pés num universo inteiramente pop.

Imprescindível o contraponto entre os seres em busca da perfeição (presos a certa consciência coletiva) e os humanos falíveis (porém dotados de livre-arbítrio). Há fragmentos políticos nessa alusão às ideologias conflitantes, assim como também são preservados os ideais de convivência harmônica entre diferentes, balizas à criação do mito Star Trek. Ainda que pesem os contras já mencionados e o visual semelhante ao dos Power Rangers, Jornada nas Estrelas – Primeiro Contato é um bom produto da volúvel linha de montagem hollywoodiana. Passageiro, nada memorável, mas digno e até divertido.


Publicado originalmente no Papo de Cinema

Um comentário: