domingo, 10 de maio de 2009

Vida longa e próspera à J.J. Abrams

Sim, existe vida inteligente no cinemão americano. São poucos, eu sei, mas ainda existem cineastas visionários que, driblando as restrições dos estúdios, conseguem criar obras de larga abrangência, ou de apelo popular, como queiram, que não neguem os tributos de um bom filme. J.J. Abrams é o mais emergente destes cineastas. Fã de Spielberg, Abrams virou o queridinho da indústria por seu trabalho no desenvolvimento de séries de tv, principalmente com Lost, sua criação de maior êxito, seja ele comercial ou artístico.

Eis que cai em suas mãos, depois que dirigiu a terceira parte da franquia Missão Impossível, a revitalização de um dos maiores objetos de culto da cultura pop: Jornada nas Estrelas. Depois de anos sofrendo com séries de pouca qualidade e sub-produtos ainda piores, os trekkers, como são chamados os fanáticos por Star Trek, foram surpreendidos pela notícia de seu reboot, ou seja, um filme de origem para, enfim, tentar uma revitalização da franquia. Nunca fui trekker, se vi um ou dois episódios da icônica série de tv foi muito e, do que lembro ter visto, lembro bem de não ter gostado. Conhecendo a trajetória de Abrams, e como fã incondicional de Lost, resolvi, ancorado pelos ótimos trailers, ver o filme ontem. Que ótima surpresa.

Star Trek (não mais Jornada nas Estrelas) é uma das provas, das quais eu comentava no início do texto, de que pode existir vida inteligente nos blockbusters. O filme é ótimo e, mesmo para um não iniciado no universo trekker como eu, ele funciona perfeitamente. Na verdade, pouco importa se você é fã de larga escala (li de alguns que o filme é, mesmo que tome certas liberdades, extremamente fiel ao espírito da série) ou um leigo, o que conta é que Star Trek narra de maneira muito inteligente o nascimento da icônica Enterprise e a formação de sua tripulação clássica. Os atores estão ótimos, com destaque para os surpreendentes Chris Pine e Zachary Quinto, e a dinâmica que o diretor, baseado num excelente roteiro, dá ao filme, faz com que ele seja interessante em quase todos seus momentos. A inteligência da equipe criativa vai ao ponto de utilizar o reboot da série e suas liberdades em relação ao material original, como elemento narrativo, algo que não lembro de ter visto anteriormente. Star Trek ainda utiliza a ação como artefato, não como bengala, conta com subtextos muito interessantes, mostra um Abrams bem inventivo quando pensamos em seu trabalho nos deslocamentos de câmera e composição de quadros, e ainda apresenta trilha sonora inspiradíssima.

J.J. Abrams vai, pouco a pouco, estabelecendo seu nome no panteão dos mais badalados de Hollywood, e não é para menos. Tal qual o rei Midas, parece que tudo em que ele toca vira ouro, e Star Trek é a prova mais recente deste sucesso. J.J. Abrams criou um filme de fácil digestão para a maioria, de maior imersão para os mais atentos, num dos exemplares de ficção científica mais exitosos que vi nos últimos anos.

2 comentários:

  1. Olá, Celo!
    Continuo em uma fase não muito cinematográfica, por isso mesmo a inspiração para assistir à Star Trek me escapa. De qualquer maneira, fiquei interessado pelo filme e, assim que possível, provavelmente em DVD, conferirei o resultado tão elogiado por ti.

    Abraçosss

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  2. Oi Celo!
    Não posso dizer que tenho muita vontade de ver Star Trek, em parte por nunca ter visto a série, e também por não admirar o pouco que conheço da franquia cinematográfica produzida até então, mas o novo longa me despertou o interesse após tão elogiosos comentários. Mesmo ainda tendo algumas dúvidas quanto ao Abrams e seus trabalhos, provavelmente verei o filme quando lançado em DVD e poderei ter uma opinião própria quanto ao seu novo filme.

    Abraços!!

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