quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A Torre de Vidro

Desta vez eu tomei a liberdade de tirar um tempo e criar um texto para o antológico longa-metragem Inferno na Torre (1974). O que falar de um filme-catástrofe, com mais de 2h30min, que gira em torno de apenas um edifício que pega fogo? Clichê total? Talvez sim, talvez não. Podemos falar muita coisa: além de ser um dos precursores do gênero, e daí podemos citar também Aeroporto, O Destino do Posseidon, Terremoto, entre outros, ele traz em seu elenco estrelas de primeira categoria dos idos tempos em que fazer cinema não era apenas ter como protagonistas caras bonitas, mas interpretações “fortes”. Dirigido por John Gullerman e produzido por Irwin Allen, o prédio mais alto do mundo, que é um testemunho arquitetônico para a ingenuidade e para a inovação – o prédio também é a armadilha mais mortal que existe – leva aos seus ambientes, entre os 135 andares, nomes como os de Steve McQueen, Paul Newman (Brad Pitt da época), William Holden, Faye Dunaway, Fred Staire, Richard Chamberlain, O.J.Simpson e Robert Wagner. Uma década em que se concentravam nos sets nomes estelares da sétima arte. Só isso já basta para dar uma conferida, sem falar nos figurinos (as mulheres de longos coloridos e os homens de smoking com suas borboletas gigantes). Lógico que não podemos comparar Inferno na Torre com os atuais filmes-catástrofe, como O Dia Depois de Amanhã, ou mesmo 2012, que utilizam de recursos digitais para fazer o espectador ir além daquilo que realmente ele está vendo. Se você que ainda não assistiu correr à locadora para pegar, poderá sair um pouco decepcionado, uma vez que os efeitos especiais, como dito antes, comparado com os de agora, são praticamente toscos. Mas para quem conferiu em seu lançamento, sem dúvida alguma, vale a pena rever. Até porque, cinema é assim mesmo e confesso cá com os meus botões: nada como ter visto Inferno na Torre no escurinho do cinema Guarany – hoje o banco Banrisul na Marquês do Herval, em Caxias do Sul - que levou às suas telas filmes como este, de tirar o fôlego. Eu aplaudo esta estrutura metálica transformada em um verdadeiro inferno.

Raulino Prezzi, especial para o The Tramps

3 comentários:

  1. Oi Rau,

    Nunca tinha assistido "Inferno na Torre", mas a curiosidade era grande. Assisti ontem e gostei demais. Confesso que não achei os efeitos toscos, se levarmos em conta que falamos de uma produção de 74. O elenco é de primeira, a tensão criada é muito forte e ele está num outro patamar quando falamos de filmes-catástrofe, já que não apela somente para o elemento visual para construir sua narrativa. Recomendadíssmo a quem ainda não viu.

    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Olá, Rau!
    Gratíssima surpresa ler mais um texto de sua autoria aqui no blog. Reservo-me o direito de lhe solicitar textos acerca de peças teatrais, assim que possível, pois importante contarmos com uma visão profissional.

    Abraçoss

    ResponderExcluir
  3. Ótimo te 'ler' novamente pelo blog Rau, espero que tal experiência continue a acontecer! Não posso falar nada de "Inferno na Torre", mas confesso interesse em tal produção que iniciou um subgênero bastante explorado no cinema atual, que é o dos filmes-catástrofe.

    ResponderExcluir