domingo, 3 de outubro de 2010

Festival do Rio 2010: Cópia Fiel


Excelente! Um verdadeiro mergulho no cinema defendido por aqueles que não abrem mão do clássico, do cinema tradicional com todas as qualidades pertinentes, desde atuações primorosas, roteiro muitíssimo bem amarrado, linda fotografia passando por um argumento de peso e consistência a diálogos maduros e bem acabados. Só que Cópia Fiel se destaca também por impactar não pelo formato, mas sim pelo conteúdo profundo, diferente da maioria dos filmes dessa mostra, por exemplo.

A história se passa na Itália, onde um filósofo inglês vai falar de seu novo livro sobre o valor da cópia na arte. Lá ele conhece uma mulher francesa que é dona de uma galeria de arte e mora com seu filho pré-adolescente. Elle, a mulher interpretada lindamente por Juliette Binoche se encanta com James, o filósofo. Após uma visita dele à sua galeria, os dois saem para passar a tarde fora. Nesse passeio os dois começam a interpretar papéis que se confundem com eles próprios e suas vidas, nos deliciando com um verdadeiro show de atuação nas telas.

Imperdível assistir Juliette Binoche falando em francês, inglês e italiano em diálogos surpreendentes sem mesmo mudar de plano e cenário. William Shimell, o filósofo, cantor e ator de teatro na vida real, também emociona o espectador quando se mostra confuso e misturado no enredo da linda mulher que o envolvera naquele jogo todo.

Um filme de Abbas Kiarostami é sempre um filme de Abbas Kiarostami, e nesse longa, seus traços estão evidentemente impressos, deixando suas marcas sem restar dúvida de quem está à frente da direção. Afinadíssimo ele conduz a história com expressão, emoção deixando um gosto de quero mais a cada cena que ia se passando.

O interessante é que de todos os filmes que vi, Cópia Fiel foi com certeza o mais concorrido, lotando uma sala grande de cinema. No entanto, pelos comentários o sucesso e a expectativa se deram pela presença ilustre da bela e competente Juliette Binoche. Só que para não haver engano, gostaria de dizer que o mérito, a meu ver, é do conjunto da obra: um roteiro sensível, inteligente, autoral que aliado a boas atuações se constituiu o tal filme disputado entre os cinéfilos, e não apenas pela presença dela.
O fato é que Cópia Fiel merece ser visto e revisto!

4 comentários:

  1. Oi Carol,

    Sabe, dos filmes programados pelo Festival do Rio, este é um dos que mais me instiga à audiência. Adoro Juliette Binoche e sou igualmente fã de Abbas Kiarostami, portanto não me furtarei o direito de assistir a este filme que espero tanto, ainda mais após sua bela explanação, assim que ele por aqui chegar em circuito.

    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Essa imagem que você colocou é linda e faz parte de uma das minhas cenas favoritas do filme, se não a favorita.
    Filme que já deixa saudade! Quando chegar por aqui com certeza irei rever.

    beijos

    Carol

    ResponderExcluir
  3. Olá, Carol!
    Abbas Kiarostami dificilmente erra. O cinema dele é algo arrebatador.

    Beijossssss

    ResponderExcluir
  4. É tão bom ler, principalmente quando você gosta de um filme assim, Carol! Porque a nossa torcida é que os Festivais tragam sempre obras especiais proporcionando emoções verdadeiras... Quando realmente acontece, é uma alegria =)

    ResponderExcluir