quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Festival do Rio 2010: Dois Irmãos


Cinema para se deliciar aos quatro cantos, Dois Irmãos confirma, mais uma vez, o potencial de Daniel Burman, à frente de um filme encantador, um drama tragicômico que vai se superando a cada momento! Este segue de certa forma mantendo algumas de suas tendências vistas em seus filmes anteriores (Abraço Partido, Leis de família, Ninho Vazio), onde ele aborda com propriedade e sensibilidade temas como: complexos familiares e dinâmicas relacionais.

Dois Irmãos foi baseado no romance de Sergio Dubcovsky e conta a história de dois irmãos na terceira idade que após a morte da mãe precisam levar suas vidas e tocás-las para frente. Burman traça um paralelo muito inteligente e interessante entre os irmãos e os países: Argentina e Uruguai que se separam e se unem apenas por um rio. A partir desta idéia ele faz uma alusão à possível união, distanciamento, afeto e desafeto entre os dois que, entre acertos e erros, levam suas vidas ora num país, ora em outro.

Os dois personagens são imbatíveis, nos comovem e nos matam de rir! Susana (Graciela Borges) uma agente do ramo da imobiliária, autoritária e possessiva que se nega a compreender seu irmão Marcos (Antonio Gasalla), um homem generoso, atencioso que se mostra saudoso de sua mãe e que após sua morte é convencido por Susana a se mudar para Villa Laura no Uruguai, local bem provinciano e pacato, no qual Marcos se encontra, quando faz amizades e se inicia em uma aula de teatro onde estão preparando um espetáculo sobre Édipo Rei,n ão à toa a peça se relaciona intimamente com o filme que tem tudo a ver com o mito grego de Édipo! O filme vai tomando corpo com esses dois pólos distintos, mas que são constantemente marcados por toques humanos e realísticos, muito sutis e delicados. Daniel Burman acerta mais uma vez e emociona uma sala inteira de cinema que chora e aplaude seu filme.

4 comentários:

  1. Oi Carol,

    Este eu assisti em Gramado e como me diverti com a relação, até certo ponto, tragicômica destes dois irmãos. O sorriso me acompanhou durante quase todo filme, só ia embora quando Burman, habilidoso como é, deixava uma nuance relativa à saudades, vazios, elementos que dão dimensões profundas a seus personagens. Ótimo filme mesmo e, até por saber que tu é fã dele, sabia que tu iria gostar.

    beijos

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  2. Tô precisando assistir eete filme Carol. Gargalhada-terapia, eis o remédio para o momento. bj

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  3. rsrs, podes crer Juli!
    E acho que vc vai adorar por vários motivos.
    Depois me conta. Já está em cartaz.
    beijos

    Carol

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  4. Olá, Carol!
    Bacana, espero a oportunidade de assistir ao filme.

    Beijosss

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