domingo, 4 de setembro de 2011

Indie_cação: Win Win

Sundance, paraíso do cinema independente, selecionou Win Win para sua mostra oficial este ano. Ainda que o festival criado por Robert Redford peque vez ou outra em suas escolhas, quando pseudo-cineastas entendem o conceito do "independente" como gênero, e não em relação às condições de produção, grandes filmes ganharam evidência recentemente, como Inverno da Alma e Namorados Para Sempre. O novo de Tom McCarthy, como era de se esperar, se enquadra entre os últimos exemplos.

Também realizador dos premiados O Agente da Estação e O Visitante, McCarthy era reconhecido na indústria hollywoodiana como ator de diversos personagens coadjuvantes em filmes como Boa Noite e Boa Sorte, A Conquista da Honra e pela franquia Entrando Numa Fria. Na posição de cineasta, ganhou evidência através dos dois filmes supracitados pelo trato que dá aos seus personagens - tipos extremamente verossímeis e muito profundos - e pelos roteiros que os privilegiam perante a condução da trama. Em Win Win McCarthy não faz diferente e, através deste filme, consegue deixar seu nome impresso na seleta lista de novos cineastas norte-americanos que merecem atenção.

O "Vencer Vencer" do título faz referência ao sonho aparentemente inatingível de Mike Flaherty (Paul Giamatti, em outra grande performance), que além de advogar comanda um time escolar de luta greco-romana. A situação muda quando o neto de um cliente surge e, após diversas circunstâncias que parecerão mais interessantes se vistas no filme do que explicadas, entra para a equipe - revelando-se um excelente lutador e adolescente problemático.

Tom McCarthy foge de quaisquer excessos, seja na construção de personagens, seja na condução do drama - que facilmente poderia caminhar pelo convencional. Essa economia dá espaço para um ritmo fluído, composto por piadas pontuais e muitos grandes momentos. O elenco, afinadíssimo, conta com a ótima Amy Ryan e uma pequena participação da maravilhosa Margo Martindale, além de marcar a estreia de Alex Shaffer no cinema. O garoto de 18 anos, ex-lutador e um dos grandes trunfos de Win Win, pode emplacar uma carreira brilhante pela frente. Assim como a de Tom McCarthy tem se mostrado a cada novo filme.

3 comentários:

  1. Esse promete, como vc disse...os filmes de McCarthy são excelentes e sempre ótimas surpresas, acho que esse não fugirá"a regra". Bem ansiosa..
    beijos

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  2. Olá Kon,

    Grande coincidência, pois vi o filme ontem. Concordo com tudo que disse no post. Vou até repetir o que escrevi no Facebook: "Win Win" é um belo filme sobre herança moral e a tão discutida "segunda chance".

    Olho vivo em Tom MacCarthy que, a julgar por seus três primeiros filmes como diretor, tem ainda grande carreira como cineasta pela frente.

    Abraços

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  3. Olá, Kon!
    Levando em consideração o histórico recente do diretor, podemos conferir essa produção sem informações normalmente essenciais, que nos instiguem à audiência.

    Abraçosssss

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