sábado, 14 de julho de 2012

Alien - A Ressurreição


Após Ridley Scott dirigir Alien – O Oitavo Passageiro, verdadeiro clássico sci-fi/suspense/terror, James Cameron empobrecer conceitos na sequência Aliens – O Resgate, David Ficher “quebrar tudo”, inclusive negando claramente algumas ideias de seu antecessor, na terceira parte, Alien 3, ao diretor francês Jean-Pierre Jeunet coube continuar a série já desgastada por esse itinerário instável. Alien – A Ressurreição pouco lembra os célebres trabalhos que fizeram Jeunet badalado, está mais para encomenda duramente supervisionada, mesmo que guarde lá seus encantos.

O roteiro de Joss Whedon centra-se na engenharia genética. A Ellen Ripley vista é um clone, revivida 200 anos depois da heroica tentativa de extinguir os alienígenas - óbvia facilidade para tornar possível o seguimento duma franquia tão lucrativa.  A ciência, servente de beligerante propósito, não percebe limites e resgata, então, a última hospedeira, ela própria constituída de DNA humano/extraterrestre.  Alien – A Ressurreição é contemporâneo da ovelha Dolly, feito na efervescência de toda polêmica inicial acerca da clonagem. Certamente não é acaso o filme abordar, à guisa da realidade, matéria tão específica. Estúdios não dormem no ponto.

Alien – A Ressurreição é hesitante entre pertinentes discussões e a “necessidade” de oferecer ação frenética. Exemplos de subaproveitamento, os mercenários tripulantes da nave Betty, surgem apenas quão presas a serem abatidas sequencialmente, sem muito efeito dramático para além da pura coadjuvância. Mas daí, em meio à correria, surge algo verdadeiramente relevante. A dolorosa contemplação das tentativas que precederam o êxito na clonagem de Ripley é, sem dúvida, justa ao talento de um diretor como Jean-Pierre Jeunet, naquele instante, suponha-se, menos acossado por cobranças e cabrestos.

Há quem sentencie Alien – A Ressurreição como o pior dos filmes da quadrilogia (até aí questão de preferência), mas seria atestado de miopia taxá-lo “fracasso total”. Ainda que um tanto superficial, praticamente ignorando a mitologia erigida por Alien – O Oitavo Passageiro, o filme de Jeunet abre portas e passa ao largo da mediocridade. Numa realização visivelmente controlada por produtores tão gananciosos quanto os cientistas retratados, dos males os menores.


Publicado originalmente no Papo de Cinema

2 comentários:

  1. Olá, Celito!
    Não vi filme algum dessa série que tem como protagonista/antagonista um extraterrestre, mas, devo confessar, tenho sim curiosidade. Uma hora dessas visitarei sua coleção e, então, conclusões certamente brotarão a partir daí.


    Abraçosss

    ResponderExcluir
  2. Nossa! Sua resenha me basta!rs Nao tenho grandes vontades, mas agora piorou!!

    ResponderExcluir