quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Pais e filhos no cinema


Pela proximidade do Dia dos Pais, a ser celebrado no próximo domingo, resolvi criar uma lista com dez filmes que, de alguma forma, falam sobre a relação entre filhos e suas figuras paternas.  Aproveitem, comente, façam suas próprias listas, pois o mote já alimentou incontáveis (e interessantes) abordagens cinematográficas.
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O SELVAGEM DA MOTOCICLETA (Francis Ford Coppola, 1983)
A interação entre o líder de uma pequena gangue, seu irmão mais velho e, sobretudo, o pai alcoólatra, em decadente cidade industrial americana, dá a dinâmica desse belíssimo filme que denuncia a miséria legada de pais para filhos e uma pátria-mãe ausente.

RAN (Akira Kurosawa, 1985)
Clássico absoluto, Ran, baseado em Rei Lear de Shakespeare, funda-se sobre o movimento gerado quando Hidetora, patriarca do clã Ichimonji, aos 70 anos, decide partir o reino entre os três herdeiros: Taro, Jiro e Saburo. Uma aula de cinema.

LAVOURA ARCAICA (Luiz Fernando Carvalho, 2001)
Baseado no romance de Raduan Nassar, essa pérola do cinema brasileiro narra a história de André, rebelado contra as tradições agrárias e patriarcais. O pai, interpretado por Raul Cortez, é um dos mais emblemáticos do nosso cinema.

CENTRAL DO BRASIL (Walter Salles, 1998)
O pai em Central do Brasil é o alvo da procura do menino Josué, por sua vez, ajudado pela amargurada Dora quando da morte de sua mãe. Mesmo não tangível, essa figura paterna (assim como a busca por ela) é o centro do laureado filme de Walter Salles.

GUERRA DOS MUNDOS (Steven Spielberg, 2005)
O verdadeiro mote da ficção científica de Spielberg é a interação, por vezes difícil, entre pais e filhos, em específico a do protagonista, que não consegue relacionar-se sadiamente com seus descendentes, pois emocionalmente distante deles.

O PODEROSO CHEFÃO (Francis Ford Coppola, 1972)
Uma das maiores, senão a maior, figuras paternas do cinema é, sem dúvida, Don Corleone, o chefe da organização criminosa guiada tal uma família. Sua dinâmica com os filhos é um dos (muitos) atrativos de O Poderoso Chefão. De cortar o coração a cena em que o Don vê o corpo do filho recém-morto.

O PAI DA NOIVA (Vincente Minnelli, 1950)
Esqueça a bobagem estrelada por Steve Martin, baseada na deliciosa comédia dirigida por Vincente Minelli nos anos 1950. O périplo (financeiro e psicológico) percorrido pelo pai da bela Elizabeth Taylor, desde o momento em que recebe a notícia do casamento de sua menina, até a consumação do mesmo, é conduzido com a elegância própria às grandes obras, essa infelizmente inexistente na refilmagem.

INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA (Steven Spielberg, 1989)
Muito da força dessa aventura oitentista advém da interação entre o arqueólogo e seu pai, até então desconhecido pelos espectadores da série. Harrison Ford e Sean Connery esbanjam “química” em cena, e abrilhantam com seus desempenhos os igualmente inspirados roteiro e direção.

A ÁRVORE DA VIDA (Terrence Malick, 2011)
Recente polarizador de opiniões, o filme de Terence Malick fala sobre a origem e (possíveis) significados da vida, para isso  observando de perto uma família estadunidense, sobretudo a influência do pai autocrático sobre os filhos. Um filmaço, parte do micro para explorar o macro.

PROCURANDO NEMO (Andrew Stanton, 2003)
A bonita animação da Pixar traz a busca desenfreada do pai, um peixe-palhaço, pelo filho que desapareceu na imensidão do oceano. Um dos momentos mais iluminados da turma de John Lasseter, Procurando Nemo é terno na observação do amor paterno.


Publicada originalmente no Portal TERRA

3 comentários:

  1. Amei sua lista Marcelo!! "Nemo" e "Lavoura Arcaica",em especial esses dois já bastam,embora a lista esteja impecável :)

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  2. Ah, Celo! Só por "Lavoura Arcaica" já estou 100% de acordo com a tua lista. hahaha Ótimas lembranças e algumas indicações para mim, que não vi todos os filmes.

    Abraços, Celo!

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  3. Celo!
    Listas são assim, nos enganam. Sabe-se lá depois de quanto tempo, conseguimos finalmente elaborá-las. Mas depois, quando jã fechada, sempre nos vêm aquela obra inesquecível.

    Abraçosss

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