

Este caso me fez pensar em outra dupla que, desfeita há algum tempo, poderia vir a trabalhar novamente: Woody Allen e Diane Keaton. Quem não lembra com saudade das parcerias inesquecíveis entre os dois, principalmente quando Allen, além de dirigir, também atuava com ela? Quem não se recorda de Alvy Singer e Annie Hall, casal icônico de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa? Ou mesmo a dupla inesquecível do clássico A Última Noite de Boris Grushenko, uma das melhores comédias de Woody Allen que deve seu brilho, além do excelente roteiro que parodia obras clássicas da literatura e cinema russos (e Bergman), ao perfeito entrosamento entre Diane Keaton e o diretor que melhor lhe retratou no cinema? No momento, Diane faz somente algumas comédias rasteiras, filmes muito aquém da carreira que construiu outrora. Seu último filme digno de lembrança é Alguém Tem que Ceder. Não está na hora de vermos novamente a dupla Keaton e Allen em ação?
Com estes dois casos não estou dizendo que Antonio Banderas não é nada sem Pedro Almodóvar e nem que Woody Allen é a única razão do sucesso de Diane Keaton. Quero apenas propor a reflexão acerca de que, quando eles, os atores, se juntavam à estes diretores, especificamente, suas atuações ascendiam à um patamar que hoje não conseguem. Imagino que nada no cinema, uma arte que testemunhou, ao longo dos tempos, inúmeras parcerias bem sucedidas, substitua esta alquimia natural e inexplicável entre um diretor e seu ator e, quem sabe, é este o toque que me encanta tanto nestes dois casos.
Ótimos atores, sem dúvida, que nunca foram tão bem aproveitados por outros diretores ou em outros trabalhos. Diane Keaton em especial é um caso para estudo: o que ela anda fazendo com sua carreira? Seus últimos filmes são peças do extremo do cinema comercial, e é realmente difícil conseguir enxergar a excelente atriz que esteve nos filmes do Woody Allen. Mas Allen é esperto... Prefere substituir suas musas de outrora (Keaton e Mia Farrow, outra esquecida pelo cinema e pelo mestre) por jovens que, em seus filmes, conseguem demonstrar imensa capacidade além de beleza, como é o caso de Scarlett Johansson.
ResponderExcluirÓtimo texto Celo, argumentos bastante válidos!
Abraços. ;)
Olá, Celo!
ResponderExcluirClaro, de forma resumida e aquém do ideal, manifesto a concordância de minha parte em relação ao seu texto, bem construído e pertinente. Reflexões sempre nos fazem melhores e a ruminância atenua os efeitos digestivos indesejados, tornando uma experiência além do momentâneo. Isso é a arte atuando em nossas vidas de maneira efetiva e, fundamental.
Abraçosss