sábado, 4 de abril de 2009

Trilogia Bourne


Já se vão quase 7 anos desde a estréia de A Identidade Bourne, filme adaptado da obra literária homônima de Robert Lundlum e que, por sua visão contemporânea, conseguiu revolucionar, de maneira bem latente, o gênero clássico dos filmes de espião. Se você, caro leitor, não crê nisto, acha que é balela elevar Bourne ao panteão dos grandes espiões, é só acompanhar a ressurreição dos filmes de James Bond, que deve muito à série do agente interpretado brilhantemente por Matt Damon. Tinha muita curiosidade de assistir aos filmes, pois, sempre gostei destes exemplares sobre espionagem, que investem na ação planejada, sem perder a história como núcleo, como fator mais importante. Acabo de ver a trilogia inicial (já foi confirmada a realização do quarto filme) e, abaixo, seguem minhas impressões, curtas, é verdade, sobre cada um deles.


A Identidade Bourne
Direção: Doug Liman
Roteiro:
Tony Gilroy e W. Blake Herron, baseado em livro de Robert Ludlum

Neste primeiro filme, somos confrontados com a figura de Bourne, agente encontrado desmemoriado no mar, que passa a ser vítima de uma perseguição, mesmo que não saiba por quem, e nem o porquê de estar sendo, literalmente, caçado em torno do mundo. A encarnação de Matt Damon como Bourne é perfeita, pois o ator, além de demonstrar segurança nos momentos dramáticos, consegue executar a ação com impacto e verossimilhança. A direção de Doug Liman é competente e o clima lembra, pelo menos para mim, o primeiro Missão Impossível, dirigido por Brian De Palma, que, apesar de ser inferior à A Identidade Bourne, também é um ótimo filme.


A Supremacia Bourne
Direção:
Paul Greengrass
Roteiro:
Tony Gilroy, baseado em livro de Robert Ludlum

Meu predileto dos três filmes de Bourne. Começa com uma truncada relação política que envolve a CIA, políticos russos e assassinos sedentos por completar suas missões. É, de longe, o mais complexo por apresentar trama mais densa, numa mistura homogênea de conspiração política, sequências de ação mais poderosas ainda do que as da primeira parte e um clima seco, mais duro, que contribui, sem dúvida, para o enriquecimento da experiência de assistir Bourne. Esta mudança, para melhor, ocorre, em grande parte, pela troca do diretor: sai Doug Liman, competente, e entra o grande Paul Greengrass. Falando ainda na melhora em relação ao primeiro filme, crédito grande parte dela ao trabalho, agora solitário, de Tony Gilroy. O poder da história deve, e muito, às relações complexas estabelecidas pelo roteiro de um Gilroy que, provavelmente, tendo mais liberdade, criou algo mais profundo e contundente.


O Ultimato Bourne
Direção: Paul Greengrass
Roteiro: Tony Gilroy, Scott Z. Burns e George Nolfi, baseado em estória de Tony Gilroy e em livro de Robert Ludlum

Um ótimo encerramento para este primeiro arco das histórias de Bourne. Pouco a pouco, vamos descobrindo, junto com ele mesmo, quem é Bourne, à quem ele serviu e com que propósito ele se tornou um agente especial da CIA. Aqui as cenas de ação são mais físicas, quero dizer, mais centradas em lutas, embates corpo-a-corpo, porém, sem esquecer as grandiosas perseguições automotivas, marca registrada da série. Mais uma vez, o clima conspiratório é muito importante, mas, sem a complexidade e força vistas no segundo filme. A história de O Ultimato Bourne é bem simples de acompanhar (notem que o roteirista, Tony Gilroy, volta a ter parceiros, ou seja, não assina o roteiro sozinho). Esta terceira parte se utiliza de alguns expedientes re-esquentados da segunda, ainda que de maneira convincente e, mesmo sendo o menos ousado dos três, se mostra um competente encerramento para esta primeira trilogia, em grande parte pela maturidade na direção e montagem, sendo ele, nestes quesitos, o melhor e mais bem resolvido da tríade.

2 comentários:

  1. Olá, Celito!
    Não estou em uma fase aberta à produção audiovisual, então, por esse motivo principal, assistirei à trilogia em oportunidade futura.

    Abraçossss

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  2. Celo!
    Grandes filmes, sem dúvida. Não é a toa que minha lata com os três está bem guardada em minha coleção de dvd's. Teria de rever todos os filmes para escolher um favorito, mas posso dizer que o primeiro seria o "menos melhor", pois pior é um adjetivo que não se encaixa em uma mesma frase que Jason Bourne e suas aventuras cinematográficas. Se muitos são fanáticos pelo 007 e pela mitologia de Ian Fleming, não exito em deixar clara minha predileção pelo espião com amnésia e as tramas inteligentes e complexas escritas por Ludlum e redesenhadas para a grande tela por Gilroy e companhia. Parabéns pelo texto! Fico feliz que tenha apreciado a trilogia e, desde já, esperemos ansiosos pela quarta parte da franquia!

    Um grande abraço amigo!

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