domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar


Olá, caro amigo-leitor.

Domingo, nas vésperas do Natal, calor escaldante para os padrões caxienses de temperatura, Marcelo, meu irmão e contribuinte mais assíduo deste blog, e eu fomos assistir Avatar, o mais novo exemplar da filmografia do diretor canadense James Cameron.

Jake (Sam Worthington), paraplégico e ex-fuzileiro naval das forças armadas norte-americanas, é convidado à expedição ao planeta Pandora, em busca de um minério altamente valioso devido ao potencial energético deste. A atmosfera do local é tóxica aos terráqueos, então foi criado o "Projeto Avatar", onde o DNA humano é misturado ao dos nativos humanóides, os Na’vi, dando origem a uma espécie de receptáculo de consciência controlado à distância - avatar, utilizado por alguns componentes responsáveis por estudos, sobretudo biológicos, do planeta.

Não gostaria, mas serei breve, devido às palavras que me fogem. Avatar inicia meio truncado, talvez com excesso de explicações diretas, que não fluem de forma orgânica com os diálogos que se entrelaçam. Didatismo direcionado ao público, sem muita maquiagem. As engrenagens da trama começam suas atividades na cena em que Jake tem sua consciência pela primeira vez em seu avatar. Comovente sua reação pueril, tendo em vista a anulação de qualquer limitação física no tido mundo real, no seu mundo. O personagem centro da trama negligencia mais a cada minuto sua realidade sobre a cadeira de rodas, conforme se relaciona de maneira afetiva com uma das tribos de Pandora.

O visual mereceria um post solo, tamanha sua qualidade. Gollum, personagem digital de O Senhor do Anéis, que há poucos anos impressionou à todos, vira esboço perante o trabalho desenvolvido em Avatar por Cameron e a Weta Digital, responsável pelos efeitos visuais de ambas as produções. As imagens oferecidas pelo diretor de Titanic são exuberantes e icônicas.

Logo que houve o lançamento do trailer, alguns o apontaram como trabalho da Pixar, famigerada produtora de animações de altíssima qualidade em 3D. Os que temem isso, ou até mesmo algo tecnicamente perfeito e oco como cinema, podem se acalmar. Cameron conseguiu convergir o apelo popular à qualidade artística. O roteiro, bem amarrado, não conta com inovações, segue, inclusive, narrativas que o antecedem. A surpresa é rara durante a projeção e um pontilhado a frente indica o rumo que a película tomará em seu tempo restante. A segregação racial, a mensagem ecológica são passadas por metáforas claras e óbvias. Porém, nada disso atrapalha. A teia formada pela relação estabelecida entre os Na’vi e o meio em que vivem é fantástica. Uma conversação seria mais adequada no garimpo de interpretações, ao contrário de uma via unilateral, que é o que temos, neste espaço, apesar do campo de comentários que nos fornece uma resposta não imediata.

De qualquer maneira, Avatar é um grande filme, pode se orgulhar do título efêmero de melhor de todos os tempos, que não é tanto assim, se levarmos em conta a ainda infância da mídia, no quesito efeitos visuais, contudo, não é só. Enfim, basta torcermos para que sigam em tal toada suas sequências, então teremos uma franquia que os amantes do cinema aguardam e merecem.



Abraçosss

2 comentários:

  1. Rafa, parabéns pelo texto, conciso e direto. Compartilho das suas impressões acerca de "Avatar", o mais comentado filme dos últimos anos. Confesso que era um dos que achava que o filme seria somente um desfile de técnica, mas o mesmo se mostrou, como bem o disse no texto, senão inovador e brilhante narrativamente falando, um grande filme de aventura, que conta ainda com uma exuberância visual nunca vista antes no cinema. As mensagens não são escondidas, a historia de amor é bem desenvolvida. James Cameron conseguiu novamente.

    Abraços

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  2. Excluindo o fato do roteiro convencional e previsível, "Avatar" impressiona pelos diversos outros motivos bem apontados em sua crítica, sobressaindo a eles a magnífica evolução apresentada em seus efeitos visuais. A experiência em ver o filme em 3D é simplesmente e hipnotizante. Enfim, não é um dos melhores filmes de todos os tempos, mas em seu gênero e dentre a tonelada de blockbusters lançados constantemente com certeza merece muito destaque.

    Abraços Rafa!!

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