segunda-feira, 24 de maio de 2010

Palma a Apichatpong


















O Festival de Cinema de Cannes 2010 outorgou seu prêmio máximo, a Palma de Ouro, a um cineasta que é amado por alguns, por conta de suas imagens livres das amarras narrativas convencionais, mas visto com ressalvas por outros, por tornar suas obras cifradas em demasia, essencialmente herméticas. Apichatpong Weerasethakul é este diretor de sensível olhar que aposta na mistura do realismo e do minimalismo da mise-en-scène com elementos fantásticos que reforçam o tom metafórico de suas histórias. Mal dos Trópicos (tomado aqui como exemplo, por seu o único de seus filmes que vi), uma das mais celebradas obras de Apichatpong, é assim: livre para experimentar, para dialogar com camadas menos óbvias de nossa percepção. É difícil, requer uma entrega grande do espectador, principalmente quando o subtexto adquire formas de narrativa principal, propiciando a abertura para um "segundo filme", confuso e complementar ao primeiro. É um cinema que precisa de decantação para ser absorvido. E nem sempre nos é possível ou permitido, pela comunicação mais instintiva/etérea entre as imagens, os sons, as palavras e nossos sentidos. Mas como não acredito na força da máxima "a curisosidade matou o gato", desde já fico curioso para ver Lung Boonmee Raluek Chat, nem que seja para fugir da mesmice.

Palma de Ouro
Lung Boonmee Raluek Chat, de Apichatpong Weerasethakul

Grande Prêmio do Júri
Des Hommes et des Dieux, de Xavier Beauvois

Prêmio do Júri
Un Homme qui Crie, de Mahamat-Saleh Haroun

Melhor direção
Mathieu Amalric, por Tournée

Melhor roteiro
Lee Chang-Dong, por Poetry

Melhor ator
Javier Bardem, por Biutiful
Elio Germano, por La Nostra Vita

Melhor atriz
Juliette Binoche, por Copie Conforme

Câmera D'Or (para cineastas estreantes)
Año Bisiesto, de Michael Rowe

Melhor curta-metragem
Chienne D'Histoire, de Serge Avédikian

2 comentários:

  1. "Ele mereceu...".

    Piada interna! hahahaha
    Mas gostei da premiação e tenho muita curiosidade pelos filmes, em especial por "Ha Ha Ha", Copie Conforme" e a provável bizarrice do PingPong.

    Abraços!!!

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  2. Olá, Celo!
    Nunca vi nada dele (me nego a escrever seu nome), mas Cannes normalmente se configura como um importante termômetro artístico do mundo cinematográfico.

    Abraçossss

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