sábado, 23 de abril de 2011

Corra, Amélie, Corra


Pausa para uma historieta que mistura comédia, tragédia, cinema e ensino superior. Estudo comunicação há um bom tempo (logo certamente farão uma estátua na universidade em homenagem aos meus anos de permanência na instituição). Uma das disciplinas eletivas que cursei, quase no meio do curso, foi a de cinema, certamente por mim a mais aguardada. Salivava só de pensar em ir para a aula. Pois bem, aqueles momentos que poderiam ter sido os mais divertidos da minha passagem acadêmica até então, se mostraram tempos de tortura medieval em sala de aula, pois descobri que um professor pode falar muita porcaria para alunos não iniciados nos assuntos que eles, os professores, deveriam dominar, mas dos quais às vezes pouco ou nada sabem. Ah, os colegas também não ajudavam em nada.

Depois de ouvir todo tipo de besteira vinda de minha professora (teoricamente uma expert em cinema), como, por exemplo, que um filme de 120 minutos não era um longa-metragem, que Chaplin teria morrido há coisa de cinco anos (será que ela não sabia mesmo e chutou, ou teria ela uma disfunção que faz seu cérebro operar como se estivesse no fim da década de 70?), que um filme com fantasma era impressionista por que impressionava (simples assim) e uma bobagem tão sem tamanho sobre Corra, Lola, Corra que acabei deletando da memória, eis que uma colega em especial coroou o mais decepcionante semestre que tive na universidade. Lembrei desta história não sei bem por que, mas nunca esqueci o rosto desta camarada de aula, durante aquela conversa, num fim de noite. 

Finda uma das aulas, me dirigia com esta colega para o terminal do ônibus, conversando sobre o andamento da disciplina e sobre filmes, quando ela perguntou se eu já tinha assistido Velocidade Máxima de Amélie Poulain. É sério. Meu fluxo sanguineo parou por um segundo, respirei fundo, e disse, muito calmamente (quando minha vontade era jogar ela debaixo do próximo veículo que se fizesse presente), que ela havia feito a junção de dois filmes, bem distintos por sinal. Naquele momento, e me valendo também de memórias das pífias aulas que a professora ministrava, juro que se eu achasse a lâmpada de Aladim, pediria ao gênio para colocar minha “mestra” e esta colega num ônibus desgovernado, mas sem o Keanu Reeves, e sem a Audrey Tautou, é claro.

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