sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Festival do Rio 2012: "Gonzaga - De Pai Para Filho"


Em clima de festa e discursos longos, o Festival do Rio de 2012 teve sua noite de abertura na última quinta-feira no belíssimo Odeon, cineteatro que resiste aos anos e aos multiplexes e que deixa ainda mais belo o Centro do Rio de Janeiro. Para o filme de estreia desta edição do festival, um dos 5 maiores do mundo, Breno Silveira apresentou Gonzaga – De Pai Para Filho, cinebiografia de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha que deve ganhar as telas do país (e quiçá alguns milhões de espectadores) no fim de outubro. 

Com ritmo lento e poucos atores convincentes, Gonzaga – De Pai Para Filho se constitui com a já muito recorrente narrativa de cinebiografias musicais, recorrendo aos mesmos clichês que transformam histórias simples em dramas folhetinescos – já utilizados por Breno Silveira com melhor resultado em 2 Filhos de Francisco. A música, já naturalmente presente na trajetória de vida do “Rei do Baião” e de seu filho, é dos recursos mais tendenciosos do filme e conduz sequências constrangedoras. 

Com tons inegavelmente nacionalistas e popularescos, Breno Silveira pinta as cores do nordeste de forma impressionante e apresenta um início promissor para sua obra. No entanto, o roteiro elíptico e muito abrangente, apoiado na atuação maneirista de Chambinho do Acordeão – que interpreta Gonzagão dos 27 aos 50 anos – impede o todo de se tornar um registro à altura da importância dos músicos para a cultura popular brasileira. Julio Andrade, numa caracterização impressionante de Gonzaguinha, se destaca como o grande trunfo do filme. Uma pena que sua participação é eclipsada por tantos equívocos.


2 comentários:

  1. Olá Kon,

    Muito bom conferir sua cobertura do Festival do Rio aqui no "The Tramps".

    Tenho lido opiniões próximas às suas sobre esse novo dramalhão de Breno Silveira. Deve encontrar seu público, por certo, mas é pedir demais evitar apelos para chegar à emoção desse público?

    Abração

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  2. Kon!
    Bom te ler aqui novamente, ainda mais sobre o Festival do Rio.

    Sobre o filme.
    Ou seja, mais uma bomba na prateleira cinematográfica brasileira.


    Abraçosss

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