quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Festival do Rio 2011: Terri


TERRI
Título original: Terri
De: Azazel Jacobs
Estados Unidos, 2011.

"Terri": cinema independente, indie da melhor qualidade, sim, por que não? Parece que de um tempo pra cá, não se pode fazer uma trilha legal, formar um elenco competente, compor cenas que comovam, que causam afeto, por que fatalmente cairá no melodrama ou na superficialidade. Em geral amam ou odeiam esse tipo de filme. Incrível esse "fenômeno". Parece que o toque do criador, deve ser sutil, sem muita exposição autoral, sem grandes marcações de gênero/estilo, porque se não "perde a graça", como escutei hoje.

Jonh C. Reily pode ser também o alvo dessa crítica que menciono acima. De fato, depois que o ator foi descoberto por seu potencial e passou a ganhar papéis principais, ele é escalado pra quase tudo e coincidentemente ou não, para viver personagens semelhantes, como por exemplo "Terri"e "Cyrus", além do tão falado "We Need to Talk About Kevin". No entanto, pra mim, nenhum desses argumentos tira o brilho de "Terri".

O filme conta a história de um menino fora dos padrões, órfão, obeso, com manias estranhas, que mora com um tio doente. Excluído pelos colegas e professores, Terri se isola e adota um comportamento maníaco, que gera estranhamento e o faz se sentir cada vez mais um peixe fora d’água. Até o dia em que conhece o vice-diretor da escola, figura temida pelos alunos, o sr.Fitzgerald (Jonh C. Reilly) que lhe amplia a visão de mundo e de ser, mostrando entre outras coisas que "de perto ninguém é normal". A atuação do garoto é espetacular. A ambientação, as situações que dão origem ao mal estar de Terri, o encontro dele com a menina bonita e popular da escola e com o colega também problemático, são impagáveis.

O filme se sustenta numa narrativa inteligente, sensível e providencial. Nada de excessos e nem de faltas, tudo na medida exata para apresentar uma realidade que está aí, na verdade que sempre esteve. Nada de novo, realmente. A questão já foi tematizada em outros filmes. Mas a grande sacada, a meu ver, é a forma como a história é contada, o foco no personagem principal que encarna um "loser", jovem, garoto estranho da sociedade americana com perfeição. E uma linguagem bem própria, proveniente das instituições de ensino e da nova geração. Gostei demais, foi bem mais que eu esperava. Quero rever.


5 comentários:

  1. Olá Carol,

    Cada vez mais difícil distinguir um bom filme independente, dos indies cheio de grife. No frigir dos ovos, o que importa é a qualidade do filme, não é mesmo?

    "Terri" já vinha sendo bem referendado por outras resenhas. Realmente aparenta ser um filme americano de feitura mais intimista, menos industrial, de boas intenções. Resta-nos assistir.

    Beijos

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  2. Oi Carol!
    Não consegui ver esse filme no Festival e normalmente não leio críticas antes de ver algum (TOC), mas sei lá porque parei aqui. O texto é bacana e casa justamente com o que eu penso do que deve ser essa produção. Adorei seu blog, inclusive! Capaz de sair comentando nos outros textos. Parece que você viu os filmes que não consegui ver, então... :)

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  3. OLá, Carol!
    Tenho apenas uma coisa a destacar: vai, Kon, se mexe.

    Beijosssss

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  4. Carol

    a partir do seu comentário
    fiquei doida para ver esse filme...

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  5. Tati,

    Realmente gostei bastante de "Terri", bem mais do que imaginava.
    O blog não é meu, gentilmente o amigo Marcelo me convidou para comentar alguns filmes aqui neste espaço, que também curto muito!
    Em tempo,..legal você ter parado no "The tramps" :).

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