sábado, 8 de outubro de 2011

Festival do Rio 2011: Contágio


CONTÁGIO
Título Original: Contagion
De: Steven Soderbergh
EUA/ Emirados Árabes Unidos, 2011.

Uma epidemia provocada por um vírus letal que se espalha rapidamente pelo mundo marca o início da "maratona" de Soderbergh. Beth (G.Paltrow) volta aos EUA depois de uma viagem para Hong Kong e se sente muito mal. Ela acredita que está cansada apenas, mas na verdade não sabe que foi contaminada pelo vírus letal. Após sua morte, várias outras se sucedem, dando início a uma verdadeira epidemia global.

Pelo que percebi, "Contágio" pegou os cinéfilos pelo pé e encabeçou as bilheterias nos EUA. Fico pensando que, de fato, com um elenco desses e com S. Soderbergh ("O Informante","Che","Traffic", "Sexo, Mentiras e Videotape") à frente, fica difícil resistir a tentação, ao menos para os apaixonados pela 7ª arte. O que não entendo é a forçada de barra para tornar "Contágio" algo quase cult, e não assumir o cinemão-pipoca que é. Nada contra, muito pelo contrário, adoro filmes chamados pipoca, mas confunde e embola o meio de campo quando se faz um filme com todos os recursos, com um elenco de primeira e não se aproveita nem metade do que se tem. Uma lástima! Em momento algum Soderbergh aprofunda os diálogos, as relações, e investe maciçamente naquele ritmo típico de alguns filmes seus e na temática: epidemia (explicações biológicas, científicas e médicas). O problema é que este ritmo quase cadenciado acaba cansando por se repetir o tempo todo, fazendo com que não haja diferença entre a cena muitíssimo bem dirigida dos atores em destaque e a cena não tão importante. Pode parecer paradoxal falar, mas "Contágio" é impecável. Tudo em cima, tudo ok: direção, atores, fotografia, trilha (ótima), roteiro, mas, inacreditavelmente, o ritmo impresso em "Contágio" tira bocejos da plateia.


7 comentários:

  1. Faz algum tempo que Steven Soderbergh está devendo algo a altura de seus trabalhos mais autorais, alguns muito interessantes. Pelo trailer já dá para perceber que "Contágio" se presta à ala de sua realização que prima pelos grandes astros, e um caráter asséptico. Seu texto confirma isto, o que, digo sinceramente, tira consideravelmente minha vontade de vê-lo.

    beijos

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  2. Olá, Carol!
    Engraçado isso que você escreveu: ferramentas com potencial não utilizado. Isso dá uma dó e uma sensação estranha de desolação.

    Beijossss

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  3. Exato, concordo! Soderberg há tempos não faz algo a altura de seus trabalhos anteriores, de qualidade.
    Minha mae que assistiu ao filme, disse uma coisa que eu concordei:que se o roteiro fosse adaptado pra tv, talvez desse mais caldo, mas pro cinema não rolou.

    bjs

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  4. Há muito tempo não via um filme tão chato...

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  5. Gente que desperdício...tanto talento, tantas estrelas, tantos recursos para no final não dizer nada. Literalmente já vi esse filme, numa dessas produções para a tv, ou coisa parecida, em que se buscava o possível iniciador de uma propagação virótica, no caso sobre um virus real - nem por isso mais atrativo. O diálogo inicial é belíssimo, promete: um casal ao telefone que parece ter vivido tanto num reencontro que não dá para falar ou se despedir. Acabou aí . Depois disso é só déjà vù. Para não dizer que não tem nada de bom, a sensação de alívio de poder esbarrar nos semelhantes espremida na fila de saída,sem risco de morrer em poucas horas, mostra que, se conscientemente estava entediada no cinema, ao nível inconsciente a paranóia estava ativada. É, pode ser que seja justificado tanto investimento para apenas fazer pálidas cosquinhas nas nossas emoções.

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  6. hahahaha
    Acho que essa sensação foi quase unânime!
    O maior efeito de "Contágio" foi de inicialmente causar paranóia, ainda que momentânea ou de tédio como vc disse, mas depois de alívio por perceber que a loucura pertencia à ficção!

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  7. Não sou nada fã do Soderblergh, por tanto já não tinha muita expectativa para o filme... Depois de seu texto, então, fiquei ainda mais desmotivado. Ainda que goste muito dos atores, faz tempo que não encaro um filme exclusivamente por seu elenco.

    Abraços, Carol!

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