segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Première Brasil: Meu Pé de Laranja Lima e O Primeiro Dia de um Ano Qualquer

MEU PÉ DE LARANJA LIMA


Baseado no clássico romance juvenil de mesmo título, esta nova adaptação da obra de José Mauro de Vasconcellos apresenta de forma visualmente pouco inventiva a história de Zezé, garoto de família pobre e numerosa que se refugia à sombra de sua árvore para se esquecer dos abusos que sofre do pai, enquanto se perde em seu universo lúdico. 

Dirigido por Marcos Bernstein (um dos responsáveis pelo roteiro de Central do Brasil e diretor de O Outro Lado da Rua), Meu Pé de Laranja Lima se apoia no texto emocional de Vasconcellos, já adaptado ao cinema por Aurélio Teixeira em 1970, porém não o desenvolve de maneira satisfatória para o cinema – entregando um filme monocórdico e até mesmo cansativo. Destaque para a estreia do pequeno João Guilherme Ávila, que encanta como Zezé, e pela performance de José de Abreu como o carismático Portuga. 


O PRIMEIRO DIA DE UM ANO QUALQUER


Ainda apontado por muitos como o Woody Allen brasileiro, Domingos de Oliveira possui pelo menos duas características do cineasta nova-iorquino: filma com uma frequência impressionante e nem sempre entrega obras de muita relevância. Em O Primeiro Dia de um Ano Qualquer, mais uma vez Domingos se cerca de amigos para contar tramas e traumas contemporâneos com o tom cômico e sarcástico que lhe é característico. 

Protagonizado por Maitê Proença, que emprestou sua charmosa casa de campo para servir de locação ao filme, O Primeiro Dia de um Ano Qualquer apresenta um discurso machista e burguês como há muito não se via no cinema nacional. Ainda que certamente faça uma crítica aos mesmos temas, Domingos de Oliveira não se mostra muito preocupado em desenvolver as questões e as entrega em pequenos núcleos que beiram a banalidade. Com uma fotografia errática, o filme não se posiciona muito bem entre o muitas vezes brilhante texto do cineasta e uma novela das seis da Rede Globo.

2 comentários:

  1. Sobre "Meu Pé de Laranja Lima", uma revisita cinematográfica a um clássico literário. Confesso não ter lá muita expectativa.

    Já o filme de Domingos espero, como bem espero os de Woody Allen. Assim como o ianque, o carioca Domingos, mesmo em meio a seus mais problemáticos projetos, sempre produz um que outro feixe de luz.

    Abração

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  2. Conrado em dose dupla? Que beleza, hein? Obrigado por mais uma (ou seriam duas?) contribuição, Guri /o/

    Abraçosss

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